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quinta-feira, 21 de março de 2013

CALVINO HOJE

Uma das tarefas mais difíceis de se incumbir é tentar descrever determinados personagens do passado imaginando-os vivendo nos dias atuais.

Ao ver o quanto produziu Calvino, por exemplo, em termos de escritos, (cartas, prefácios de livros, literatura teológica, etc....) com os parcos recursos do seus dias ( a imprensa tinha sido inventada em 1500 dC), eu fico a imaginar o quanto ele não produziria nos dias de hoje com recursos avançadíssimos como computadores (desktop, notebooks, tablets).

A questão não é só escrever. Calvino teria todas as facilidades de pesquisa que não teve em seu tempo. Hoje, muitas dúvidas são sanadas com uma pesquisa no Google, por exemplo. Você vai ai Google, digita uma frase de sua pesquisa e muitas informações são disponibilizadas em fração de segundos, dependendo, é claro, da configuração do teu computador.

Mas eu fico imaginando em como o Reformador Francês encararia a vida devocional nos dias de hoje. Sim, porque não podemos nos esquecer que Calvino não é referência apenas na questão da sapiência e brilhantismo teológico. Ele o é também na vida devocional pessoal. Isso fica evidenciado quando o lemos. 
O que se sabe sobre sua vida devocional é extraordinário. Não tenho a menor sombra de dúvidas que ele exercitaria a devoção com maior afinco e avidez, se pensarmos que os dias de hoje estão mais próximos daqueles nos quais a volta de Cristo se aproxima e que são aqueles dias tão bem retratados por Paulo quando escreveu: "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria mente...." (I Timóteo 4.1,2, ou "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens, serão egoístas, avarentos, jactansiosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de sí, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes". II Timóteo 3.1-5
Assim não tenho nenhuma dúvida de que esse notável personagem do Cristianismo exercitaria uma vida de devoção muito mais intensa, e isso deve servir de modelo para nossas vidas, já que é fácil repetir os ditos de Calvino, o mais difícil mesmo é imitar sua forma de vida piedosa.
Na obra "Calvino e a Influência do Seu Pensamento" - Coleção Fundamentos Cristãos, o Dr. Rev. Alderi Souza de Matos registra o seguinte na página 28 da referida obra:
Em 2 de fevereiro de 1564, uma quarta-feira, poucos meses antes de falecer, Calvino pregou pela manhã sobre 1 Reis e à tarde fez sua 65ª preleção sobre Ezequiel. Ele concluiu essa preleção com a seguinte prece: "Concede, Deus todo-poderoso, visto que já entramos pela esperança no limiar de nossa eterna herança e sabemos que existe uma mansão garantida para nós no céu depois que Cristo ali foi recebido, ele que é nosso Cabeça e as primícias de nossa salvação, concede (digo) que possamos prosseguir mais no curso de tua santa vocação até que por fim alcancemos o alvo e assim desfrutemos a glória eterna da qual tu nos permites uma amostra neste mundo, pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém".
Calvino foi o homem do seu tempo. Nós somos os homens desse tempo. Ao pensamos em como o notável servo de Deus se comportaria nos dias de hoje, com os desafios diferentes, não na essência, mas em sua forma, serve-nos de desafio, pois temos a mais absoluta certeza de que ele se conduziria pelo promo da Palavra de Deus e do Deus da Palavra a quem serviu até a sua morte.
Que sua vida não seja apenas um desafio, mas uma inspiração hoje, para todos os Pastores e Ministros do Senhor.
Amém.

OVOS DE PÁSCOA?




E por algum acaso coelhos botam ovos? E ainda mais de chocolate? É óbvio que não! O ovo é um ícone antigo que simboliza o nascimento. É mais antigo que o próprio cristianismo. Foi o cristianismo que emprestou da cultura pagã essa idéia do nascimento. “Costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento. Outros povos como os gregos e os egípcios também coloriam ovos de galinha oco, porém em datas diferentes”. (Wikipédia)


Eu gosto, demais do ovo de Páscoa nem tanto pelo que representa e nem tampouco por aquilo que simboliza, mas porque são feitos de chocolate e eu gosto demais de chocolate. É óbvio que logo após degustar uma quantidade considerável dessa forma na qual o chocolate se apresenta eu sou visitado com glamour pela famosa enxaqueca. Mas terá valido a pena, sinceramente!


Nessa época do ano, no calendário litúrgico eu nem penso em Páscoa, e tampouco me preocupo com a questão dos tais ovos de chocolate. Páscoa é festa, celebração judáica e não cristã. A primeira Páscoa aconteceu quando Israel ainda era cativo no Egito. Foi exatamente quando Deus puniu o Egito com a décima praga que o mesmo Deus terrível em seu juízo se mostrou misericordioso e amoroso em poupar os primogênitos daquelas casas em que se celebrou a primeira Páscoa. Quem celebra a Páscoa hoje ainda sacrifica o cordeiro, ainda espera o Messias, mas para nós os cristãos, Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o Messias que veio, viveu e morreu sendo ele o último sacrifício.


Não me preocupo muito quando algums cristãos dizem que vão se reunir para celebrar a Páscoa. Quando os cristãos dizem isso eles não estão afirmando que celebrarão a Páscoa do mesmo modo, e sob a mesma perspectiva com que os Judeus fazem isso. Os cristãos celebram aquilo que a Páscoa representava e da qual era tipo, ou seja, os cristãos celebram a morte do Cordeiro Pascal, que é Jesus, e sua maravilhosa e incomparável benção da ressurreição. Os cristãos celebram o fato de que pela morte e ressurreição de Jesus, que é o Agnus Dei (Cordeiro de Deus), um novo e vivo caminho se abriu diante deles em seu relacionamento com Deus. À semelhança de cada israelita no Egito, todo cristão, vivia morto em seus delitos e pecados, era escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, e estava totalmente alienado de qualquer possibilidade de intimidade com Deus, mas agora, pela morte de Jesus, que é a essência da Páscoa, o cristão pode orar, meditar nas Escrituras, adorar, sabendo que Deus o acolhe e o aceita, mesmo sendo ele um pecador.


Assim, prezado leitor, podemos sim comer muitos ovos de "Páscoa", principalmente para aqueles que gostam de chocolate como eu. Assim prezado leitor, podemos comemorar a ressurreição de Jesus, aquele que foi morto na Cruz, sepultado, mas ressuscitou dos mortos sendo as primícias dos que dormem. Com ele, morremos nós e com ele ressuscitamos nós para vivermos em novidade de vida e para aguardarmos, após atravessarmos os portais da eternidade, a nossa ressurreição literal, no mesmo corpo com que viemos a esse mundo, corpo agora ressurreto e glorificado, onde corrupção de nenhuma forma, quer seja moral ou física poderá ter poder sobre nós.