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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Creio em... DEUS!

As redes sociais nestas últimas semanas tem ajudado a tornar conhecido o sofrimento de irmãos cristãos que, ao redor do mundo, têm sidos presos, torturados e agredidos por causa de sua fé. Penso que tudo começou no dia em que aqueles cristãos, ainda neófitos, começaram de coração a recitar o credo sabendo o que ele realmente dizia. Não tenha esta afirmação por literal. O que estou dizendo é que o credo, em seu início, pode conter uma verdade que explica porque a intolerância religiosa, que acomete os cristãos perseguidos, continua intensa e continuará até que Cristo Jesus, o Senhor, retorne em glória e poder.

Credo é uma palavra latina, que significa "Eu creio". É assim que começa o Credo Apostólico, com uma asserveração que aponta para o âmago da fé, para aquilo que fundamenta a comovisão pessoal; e aquilo em que a pessoa deposita sua confiança, segurança e fonte de verdades absolutas. Dizer que crê em alguma coisa, alguém ou algo de maneira formal força o ouvinte a prestar atenção ao que será dito. De alguma forma, sabemos que quando alguém diz que acredita em algo, ela pode estar certa ou errada, ainda que o mundo insista no contrário, disso simplesmente sabemos...
No que se crê? Creio, sim... mas em quê?

O Credo apostólico prossegue obedecendo uma simples, porém profunda, estrutura organizacional: Obedece à estrutura trinitária. Sim, a trindade é a base sobre a qual o credo está alicerçado. Começando com a pessoa e obra de Deus o Pai, o credo pode ser interrompido antes mesmo desta revelação inicial básica e tácida no meio cristão: Deus ser nosso Pai. Algumas pessoas ficariam com seu raciocínio preso no que vem antes: Você crê em Deus?

Temos que asseverar, sem temor ou vergonha, que, sim, cremos em Deus! De fato, no que não cremos é em ateus. O ateu é uma aberração filosófica, uma impossibilidade pística, uma contradição ética.

Ser um ateu é dizer-se engajado numa luta que parece ser elegante, intelectualmente superior, evoluída. Mas de fato, se pararmos para pensar, o que é ser um ateu? E ser alguém comprometido em provar que alguém que não existe, não existe de fato! Mas, se não existe, por que provar? Por que não temos pessoas ferrenhamente defensoras que o "Laterna Verde" não existe? Mas quando se trata de Deus, o caso parece ser outro, não? 

Alguns dirão: Bom, ninguém matou, espoliou ou guerreou em nome do "Lanterna Verde", mas em nome de Deus sim! Pois bem, se a questão é séria, deve ser lidada como se séria fosse. E não há nada mais sério do que a condição em que o homem se encontra. Um bom resumo desta discussão pode ser encontrado nas palavras de John Piper, no seu mais recente livro "Pense", da editora Fiel. Ele diz: "Se a nossa desaprovação da existência de Deus é bastante forte, nossas faculdades sensoriais e nossas capacidade racionais não serão capazes de inferir que ele existe" (pág. 91).

O que acontece é que a pessoa não aprova a idéia de um Deus, que existe e está lá, presente. A existência de um Deus que criou todas as coisas implica diretamente em que ele seja a fonte derivadora de todas as coisas, inclusive da moral. Sendo assim, a não conformidade com qualquer parâmetro divino, implica em julgamente e desaprovação da parte dele. Observe que sempre ouvimos falar que em todo povo, e em qualquer tribo, por mais longínqua que seja, e por mais isolada que esteja, sempre há um tipo de culto, um ritual, algo que proponha uma religação com um deus. O que as estatística não dizem, mas que igualmente sabemos, e que se observarmos atentamente, é possível ver também que a sensação dos povos ditos pagãos e idólatras é que estas entidades divinas não estão propícias ao ser humano, antes, precisam ser apaziguadas com oferendas e ofertas mil.
A explicação nós já sabemos: o Sensus Divinitatis, conforme Calvino cunhou, a Sensação de que há uma Divindade é presente em todo coração humano. E de uma maneira tácita, não explicada, mas presente e real, sabemos que esta divindade que existe e está lá, está lá muito brava conosco.

Agora, diante da rebeldia de uma coração que não quer conceber a existêcia de um Deus irado, como pode esta mesma consciência sair em busca de Deus de maneira fidedigna, disposta a encontrá-lo. Em minha casa há uma "Guerra das escovas". Sendo eu o único homem da casa, escova para os cabelos é o que não falta. Entretanto, sendo eu o único homem, sei que a escova cheia de cabelo não é a minha, devido ao fato de ser eu o único possuidor de cabelos cujo cumprimento é curto. A solução do problema foi eu ter a minha escova, que sempre permanece "limpa". Quando as inúmeras escovas, por algums motivos desconhecido, somem, e minha esposa pede para que eu procure alguma escova de cabele, qualquer que seja, eu sei que a minha escova está na mira. E justamente por isso, quando saio para procurar, eu nunca acho uma escova disponível. Curiosamente, quando eu estou interessado em pentear o meu próprio cabelo, não me dou por satisfeito até achar alguma escova de cabelo que atenda aos meus interesses. Veja, com o ateu não é difente. Como ele não quer encontrar, ela sai à busca nos lugares em que instintivamente sabe que não encontrará, e facilmente chega à conclusão de que o não encontrado, não existe! 

As Escrituras estão cheias de alertas e convites voltados para esta questão. Achar a Deus não é cousa difícil num mundo criado por Ele mesmo: Buscai... e achareis... (Mateus 7.7); Buscai ao Senhor enquanto se pode achar... (Isaías 55.6); para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós (Atos 17:27); etc...

Crer em Deus, praticamente falando, significa saber três coisas fundamentais:
1 - Que Deus existe;
2 - Que o Deus que existe se revelou;
3 - Que o Deus que existe e se revelou foi por mim entendido.

De nada adiantaria sair em busca de um Deus não existe. Crer em Deus é saber, a priori, que há um Deus para ser buscado. Depois, que este Deus que existe está lá para ser achado. DE nada adiantaria sair à busca de um Deus que, embora existente, nãos e desse à conhecer. Deus se revelou à nós, e sua máxima revelação se encerra em seu Filho, Jesus Cristo, vindo ao mundo para nos salvor e revelar o pai. Mas este Deus que se revelou, precisava fazê-lo de uma maneira que nos fosse inteligível. E foi exatamente o que fez. Deus foi claro e nós o entendemos desde o dia em que ele nos falou. Adão e Eva entenderam perfeitamente as ordens que lhe foram dadas. Deus ordenou que tudo fosse escrito, e nós lemos e entendemos... O Deus que existe se revelou inteligivelmente. Evito usar o termo compreensível por crer que Deus é maior que a minha compreensão e supera os limites do meu entender, muito embora eu o entenda, não o compreendo.
Bom, esta história começou com uma reflexão sobre nossos irmaos perseguidos. Pois bem... vivemos num pais que caminha para a intolerância religiosa. Estamos à alguns metros da perseguição; e ainda não conseguimos valorizar a liberdade que temos em conhecer a este Deus. Nosso crentes precisam ser ensinados que dizer "eu creio em Deus..." traz implicações práticas. Que não é um simples vir à igreja num pais livre que nos faz cristãos. Crer em Deus pode implicar em assinar uma sentenção de morte, para o mundo, e um contrato de vida, com Deus. Que esta profissão de fé, a que muitos de nossos irmãos estão dispostos a dar suas próprias vidas, seja mais valorizada por nós, pastores, e por nossos irmãos, ovelhas do Senhor Jesus, sob o nosso cuidado.